sábado, 20 de novembro de 2010

LER É...
Ler para mim é ser uma pessoa bem diferente, pois a leitura não alcança todo nosso território e assim mesmo, quando alcançado, não dão valor na leitura; quando eu leio, me sinto leve, fico me imaginando no texto e sonhando em estar lá vivendo as aventuras ou os romances.
É maravilhoso!

Nayara Cristina Costa, 8° ano
Profª. Cléo Ribeiro
Colégio Est. Silvio Filho

A IDADE PARA SER FELIZ - Mário Quintana

A idade de ser feliz
Existe somente uma idade para a gente ser feliz,somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realiza-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. Uma só idade para a gente se encontrar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer. Fases douradas em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
                                                                                      Mário Quintana

GENTE CASA E GENTE APARTAMENTO - Luís Fernando Veríssimo

Gente-Casa x Gente-Apartamento
"Existe gente-casa e gente-apartamento. Não tem nada a ver com o tamanho: há pessoas pequenas que você sabe, só de olhar, que dentro têm dois pisos e escadaria, e pessoas grandes com um interior apertado, sala e quitinete. Também não tem nada a ver com caráter. Gente-casa não é necessariamente melhor do que gente-apartamento. A casa que alguns têm por dentro pode estar abandonada, a pessoa pode ser apenas uma fachada para uma armadilha ou um bordel. Já uma pessoa-apartamento pode ter um interior simples, mas bem ajeitado e agradável. É muito melhor conviver com um dois quartos, sala, cozinha e dependências do que com um labirinto.
Algumas pessoas não são apenas casas. São mansões. Com sótão e porão e tudo que eles comportam, inclusive baús antigos, fantasmas e alguns ratos. É fascinante quando alguém que você não imaginava ser mais do que um apartamento com, vá lá, uma suíte, de repente se revela um sobrado com pátio interno, adega e solário. É sempre arriscado prejulgar: você pode começar um relacionamento com alguém pensando que é um quarto-e-sala conjugado e se descobrir perdido em corredores escuros, e quando abre uma porta, dá no quarto de uma tia louca.
Pensando bem, todo o mundo tem uma casa por dentro, ou no mínimo, bem lá no fundo um porão. Ninguém é simples. Tudo, afinal, é só a ponta de um iceberg (salvo ponta de iceberg, que pode ser outra coisa) e muitas vezes quem aparenta ser apenas uma cobertura funcional com qrt. sal. lavab. e coz. só está escondendo as suas masmorras."

Texto do escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo,
em "O melhor das comédias da Vida Privada"

CRÔNICA: ENTRE DOIS AMORES

Entre dois amores [crônica]-Rubem Alves
O seu coração estava dividido entre dois amores. De um lado, um velho amor que se desfazia e do qual, se despedia. Tinha estado ligado àquela mulher por anos de afeto manso e tranqüilo, de amizade real e sincera. Coisa alguma poderia negar este fato. Durante este tempo, ele se sentira como alguém que caminha por uma planície colorida, sem montanhas e abismos, o ar claro e sem brumas, sabendo exatamente o que o esperava. Seu amor havia alcançado aquela condição de certeza sem surpresas, livre dos sofrimentos do ciúme e das dúvidas que são o inferno dos apaixonados. E era isto que ele deixava para trás. E por isto sofria. Encontrara uma outra mulher cuja imagem, por razões que ele não podia compreender, despertara das cavernas da sua memória uma outra cena cheia de mistérios, de perfumes exóticos, de penumbras eróticas, onde crescia o fruto dourado da vida. E ali, nesta nova cena que se refletia nos olhos daquela mulher, e se via como um homem diferente, de corpo jovem dotado de asas, pronto a voar pelo desconhecido, em nada semelhante ao ser doméstico ruminante que morava na cena do seu primeiro amor.

Apaixonara-se por ela. Apaixonara-se pela bela cena que via como aura mágica, em torno daquele rosto. Apaixonara-se pela sua própria imagem, refletida naquele olhar. Queria tê-la para poder ter-se deste modo intenso que nunca antes experimentara.Era preciso dizer adeus. Deixar para trás a antiga companheira fiel, e a cena pálida, descolorida e monótona que aparecia em sua aura cansada. Assim são os velhos amores: fiéis e cansados… Mas a idéia de magoá-la o horrorizava. Chegar para ela e simplesmente dizer: “Estou apaixonado por outra mulher. Vou-me embora…” — isto seria uma grosseria que ele nunca se perdoaria. Queria poupar-lhe a dor de ver-se deixada só, na plataforma da estação, enquanto ele partia.A dor de quem fica é sempre maior.

Parece-se com a dor após sepultamento,quando se volta para a casa, e o espaço se enche com a presença de uma ausência. Na verdade a dor da partida é maior que a dor da morte. Pois o morto se foi contra a vontade. Partiu me amando. Partiu triste por me deixar. Nenhuma alegria o espera. Por isto os pensamentos de quem ficou descansam tranqüilos, sem serem perturbados por fantasias dos novos amores e prazeres à espera do que morreu. Pois nada o aguarda.A morte pode ser a eternalização do amor. A morte fixa a bela cena, enquanto a partida destrói a bela cena. O apaixonado sofreria menos com a morte da pessoa amada que com a sua partida para um novo amor. Quem quiser entender as razões dos crimes de amor terá de levar isto em consideração. Quem mata por amor é como um fotógrafo que deseja eternizar a imagem amada na bela cena. Não era isto que Cassiano Ricardo sugeria no seu poema ´ Você e o seu retrato`? Ele pergunta: Por que tenho saudade de você, no retrato, ainda que o mais recente?E por que um simples retrato, mais que você, me comove, se você mesma está presente? E depois de sugerir várias respostas ela faz a seguinte afirmação: Talvez porque, no retrato, você está imóvel, sem respiração…Você, viva, ingrata, é a permanente possibilidade da surpresa, do gesto que irá destruir a beleza. Mas, no retrato, você fica imóvel. Transforma-se em quadro. Quem mata por amor é um fotógrafo (cruel) que imobiliza a bela cena. E assim a coloca na parede, como objeto de saudade e devoção, para sempre. Bem dizia Roland Barthes que a única coisa que se encontra fixada na fotografia, qualquer fotografia, é a morte.

Sim, o que fazer? Como partir sem fazer sofrer demais uma pessoa boa, por quem se tinha um afeto sincero? Por vezes uma mentira é o melhor caminho. Há verdades cruéis e mentiras bondosas. Na encruzilhada ética entre a verdade e a bondade, que a bondade triunfe.Imaginou então uma mentira. Iria dizer que estava em dúvidas sobre se ela realmente o amava. Que por vezes ele a observava com o olhar perdido, e que imaginava seus pensamentos distantes, andando por outros amores. Que, inclusive, durante o sono, ela dissera repetidas vezes o nome de um homem (Pobrezinha! Não teria formas de contestá-lo. Pois estava dormindo…) Assim, ele queria que os dois se dessem um tempo. Que ficassem longe, provisoriamente, a fim de que os sentimentos pudessem ficar mais claros. A distância é um excelente remédio para as confusões do amor. E assim ele fez.Ela ouviu suas alegações tranqüilamente, sem sobressaltos aparentes. Terminada a sua fala, quando ele se preparava para ouvir as contra- argumentações que deveriam se seguir, o que ele ouviu foi outra coisa: — Sabe? Cada vez mais me surpreende a sua sensibilidade. Como foi que você percebeu? Fiz tudo para esconder meus sentimentos de você! Eu não queria magoá-lo! Mas agora que você já sabe, é bom assumir a nossa verdade. De fato, há um outro. Chegou a hora de dizer adeus…
O que aconteceu naquele instante ele nunca pôde compreender. Pois aquelas palavras eram tudo de que precisava. Estava livre para se entregar sem culpas a sua nova paixão. Mas a única coisa que ele sentiu foi a dor imensa de uma paixão que repentinamente explodia por aquela mulher que lhe dizia adeus… E ele se viu solitário e triste, na plataforma vazia da estação, enquanto ela partia… Só lhe restava voltar para a casa vazia, onde ninguém o esperava… Como eu já disse: não é a pessoa que amamos; é a cena”.
                                                                                                                 ( Rubem Alves)
 
Rubem Alves é escritor, poeta, psicólogo e amante da leitura em suas variadas formas. A sensibilidade de Rubem Alves é contagiante e vale a pena ler seus escritos.
    O Lugar Onde Me Criaram

    Moro em uma pequenina casinha de taipa com o fundo do quintal ampliada com tijolos na beira de um mato. Meus avós adoravam este lugar e eu e meus pais adoramos.
    Lembro do mato com árvores altas, baixas e de várias espécies, animais de diversos tamanhos. Onde moro é repleto de vizinhos bons, chatos e até fofoqueiros. Ufa! Eles contam cada uma! Nem parece que falam do mesmo lugar.
    Onde moro tem suas ruas esburacadas, com cascalhos; ruas onde ventos sopram forte para soltar pipa. Ah, quantas vezes vivi de verdade minha infância de brincar com bolinhas de gude, soltar pipa, caçar passarinho e andar a cavalo!
    Onde moro há pouca fiação elétrica com lâmpadas queimadas,quebradas ou tiradas com bom funcionamento.
    O lugar onde moro tem pessoas que caçam confusão à toa... E outras que protegem a família. Mas...
   Apesar de tudo, o lugar onde eu moro é tranqüilo. E tem pessoas felizes.


Wendell de Oliveira , 8° ano
Profª. Cléo Ribeiro
Colégio Est. Silvio Gomes de Melo Filho

TEXTOS DE MEMÓRIAS DOS ALUNOS DO 8° ANO E.F. DO COLÉGIO EST. SILVIO GOMES DE MELO FILHO - Olimpíada de Língua Portuguesa

Doce Lar


Ah, meu doce lar! Lembro do teu antes, do agora e lembrarei eternamente.
Aqui no sítio onde moro, eu me identifico com uma história bem diferente.
Aqui tem bicho de todo jeito!
À noite, aqui, é mais bela, mais estrelada!
O sol parece mais brilhante e os dias mais claros!
Na fazenda não tem poluição como na cidade e é bem mais calma! Assim também diziam meus vizinhos, meus avós e meus pais.
Eu amo o meu lar e quero viver e aproveitar muito o meu doce lar.


Giovanna França Marques, 8° ano E.F.,
Profª. Cléo Ribeiro
Colégio Est. Silvio Gomes de Melo Filho
O Lugar Onde Me Criaram


Moro em uma pequenina casinha de taipa com o fundo do quintal ampliada com tijolos na beira de um mato. Meus avós adoravam este lugar e eu e meus pais adoramos.
Lembro do mato com árvores altas, baixas e de várias espécies, animais de diversos tamanhos. Onde moro é repleto de vizinhos bons, chatos e até fofoqueiros. Ufa! Eles contam cada uma! Nem parece que falam do mesmo lugar.
Onde moro tem suas ruas esburacadas, com cascalhos; ruas onde ventos sopram forte para soltar pipa. Ah, quantas vezes vivi de verdade minha infância de brincar com bolinhas de gude, soltar pipa, caçar passarinho e andar a cavalo!
Onde moro há pouca fiação elétrica com lâmpadas queimadas,quebradas ou tiradas com bom funcionamento.
O lugar onde moro tem pessoas que caçam confusão à toa... E outras que protegem a família. Mas...
Apesar de tudo, o lugar onde eu moro é tranqüilo. E tem pessoas felizes.


Wendell de Oliveira , 8° ano E.F.
Profª. Cléo Ribeiro
Colégio Est. Silvio Gomes de Melo Filho

Morrinhos Minha Cidade



Fico a me recordar do lugar onde moro...
Eu moro no Estado de Goiás, na Cidade de Morrinhos, no bairro Santos Dumont. Eu gosto muito desse setor, apesar de ser afastado do centro; mas isso não é um problema porque tudo de que eu preciso se encontra aqui, como: supermercados, padarias, praças, farmácias. E até mesmo um campo para lazer nos finais de tardes e aos domingos, onde colegas se encontram para verem uma partida de futebol. Antes, era tudo diferente, como contam as pessoas que nasceram antes de mim.
Ah! Não posso esquecer da minha linda escola, aonde tenho uma boa formação, colegas e amigos de quem gosto tanto; e também os professores que são ótimos como todos os demais que trabalham na escola. E o lanche então? Quanta delícia!

Luana Fernanda da Silva, 8° ano,
Profª. Cléo Ribeiro
Colégio Est. Silvio Gomes de Melo Filho
O GATO E O PÁSSARO


Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro para de cantar
O gato para de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Maravilhosos funerais
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não para de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Sentiria apenas tristeza e saudades
Não se deve deixar as coisas pela metade.


( Jacques Prévert )

terça-feira, 16 de novembro de 2010

POEMINHAS

DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
                 (Mário Quintana)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ATELIÊ DA LEITURA - Os Direitos do Leitor

Parafraseando Daniel Pennac, temos direito de ler até  mesmo no tubo da leitura!
Sabemos que são 10 os Direitos do leitor. Então, que possamos usufruir de cada um deles, inclusive o de ler qualquer coisa em lugar qualquer. O que acha disso?